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O encontro
Não deu tempo de esconder a mosca. O homem já esperava há meia hora no restaurante. E a mulher tinha que chegar justo quando ele acabara de matar a mosca. Ela, que tanto o perturbou nos últimos minutos, agora incomodava ainda mais. A toalha era branca, impossível não perceber o bicho esmagado, a poça de sangue. O homem nem podia tapá-la com a mão, estava mais próxima do lugar que a mulher ocuparia.
E ocupou. Disse boa noite.
Ele retribuiu.
Ambos, em silêncio, olharam para o inseto morto. Aquilo não estava começando bem.
(em Meu sonho acaba tarde, WS Editor, 2000)
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